"(...) Eu disse a tudo que sim e fui vendo e guardando, guardando rostos e rugas, luzes e pedaços de corpo, frames de uma vida inteira, imagens cheias de silêncio. Quanto mais as minhas fotografias falavam por mim, mais a tristeza me ditava reclusão, o medo dos outros. Houve um homem, logo a seguir a ti. O seu corpo cheirava a tabaco e a madeira e tinha uns beijos prolongados que me incomodavam, sem razão. Seguia o meu trabalho, escrevia sobre ele, fazia-me surpresas, queria roubar-me a alma. Se eu a tivesse."
P.R